Nunca deveríamos nos cansar de olhar para Maria como modelo de toda mulher. Em Maria, virgindade e maternidade se fundem numa maravilhosa harmonia. Nela, contemplamos a maturidade afetiva que, integrada pela fé, oferece-nos um novo caminho de libertação e de alegria na própria vida.
Deus, na Encarnação do Verbo, dispensou a cooperação do homem mas não da mulher. Essa única realidade deveria fazer exultar todas as mulheres e fazer do 'Magnificat' o seu cântico de libertação. Deus continua a olhar cada mulher com carinho e amor, como um dia olhou para a virgem Maria, chamando-a a esse grande gesto de cooperação. Enquanto houver homens e mulheres abertos ao mistério da vida, teremos a experiência do amor. Em Maria de Nazaré, a mulher assume o seu verdadeiro valor e sentido.
O mundo feminino depois do mistério da Encarnação, não será o mesmo. A mulher não foi criada nem mais nem menos importante que o homem, mas como alguém sem o qual não existe a presença da vida. Na escola de Maria de Nazaré, devemos aprender a respeitar a mulher e colocar-nos lado a lado na construção de um mundo novo.
Todos os homens devem pedir desculpas a elas por não as amar como merecem, por não as respeitar e por transformá-las tantas vezes em objeto descartável. Resgatar a dignidade da mulher é obra de todos.
Em Maria, quero prestar minha homenagem a todas as mulheres que se abrem à vida, que lutam para gerar vida e são capazes de morrer para que a vida possa viver. Amar Maria é amar toda mulher.
O que mais me comove em Maria é contemplá-la grávida, carregando e gerando vida. Que toda mulher grávida possa ser sempre o símbolo mais forte da vida e encontre em todos acolhida. Quem acolhe uma mulher grávida não acolhe somente uma vida, mas duas. Que toda mulher grávida, seja quem for, sempre se sinta amada, jamais explorada.
Ave Maria, mulher cheia de graça
Que em toda mulher eu saiba contemplar a ternura de Deus;
Que em toda mulher grávida eu saiba adorar a vida;
Que em toda mulher eu possa ver alguém que me contempla;
Que eu possa lutar com toda a força para que não haja mais mulher marginalizada, sofrida desrespeitada.
Que nenhuma mulher seja obrigada a se vender e a prostituir-se para poder sobreviver...
Deus abençoe cada mulher e que sejam muito felizes!
Amém!
Fonte: Revista Shalom Maná - Ano 14 - Março/2000
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