Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)
Queridos irmãos e irmãs,
hoje, na Liturgia, recordamos Santa Clara de Assis, fundadora das Clarissas, luminosa figura da qual falarei em uma das próximas Catequeses. Mas, nesta semana – como já havia indicado no Angelus do último domingo –, fazemos memória também de alguns Santos mártires, tanto dos primeiros séculos da Igreja, como São Lourenço, Diácono; São Ponciano, Papa, e São Hipólito, Sacerdote, quanto de épocas mais próximas da nossa, como Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), patrona da Europa, e São Maximiliano Maria Kolbe. Desejo, a seguir, ater-me brevemente sobre o martírio, forma de amor total a Deus.
Onde se baseia o martírio?
A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre o seu sacrifício supremo de amor, consumado sobre a Cruz, a fim de que pudéssemos ter a vida (cf. Jo 10, 10). Cristo é o servo sofredor de que fala o profeta Isaías (cf. Is 52, 13-15), que doou a si mesmo em resgate de muitos (cf. Mt 20, 28). Ele exorta os seus discípulos, a cada um de nós, a tomar todo o dia a sua cruz e a segui-lo na via do amor total a Deus Pai e à humanidade: "quem não toma a sua cruz e não me segue – nos diz –, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á" (Mt 10,38-39).
É a lógica do grão de trigo que morre para germinar e dar vida (cf. Jo 12, 24). O próprio Jesus "é o grão de trigo vindo de Deus, o divino grão de trigo, que caiu na terra, que se deixou quebrar, romper pela morte e, exatamente através disso, se abre e pode dar frutos na vastidão do mundo" (Bento XVI, Visita à Igreja Luterana de Roma, 14 de março de 2010). O mártir segue o Senhor até o fim, aceitando livremente morrer pela salvação do mundo, em uma prova suprema de fé e de amor (cf. Lumen Gentium, 42).
Ainda uma outra vez, de onde nasce a força para encarar o martírio?
Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não são o resultado de um esforço humano, mas resposta a uma iniciativa e a um chamado de Deus, são um dom da Sua graça, que capacita para oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja e, assim, ao mundo. Se lemos as vidas dos mártires, ficamos estupefatos pela serenidade e a coragem com que encararam o sofrimento e a morte: o poder de Deus manifesta-se plenamente na debilidade, na pobreza de quem se confia a Ele e deposita somente n'Ele a própria esperança (cf. 2Cor 12, 9).
Mas é importante sublinhar que a graça de Deus não suprime ou sufoca a liberdade de quem encara o martírio, mas, ao contrário, a enriquece e a exalta: o mártir é uma pessoa sumamente livre, livre nos confrontos do poder, do mundo; uma pessoa livre, que em um único ato definitivo doa a Deus toda a sua vida, e em um supremo ato de fé, de esperança e de caridade se abandona nas mãos do seu Criador e redentor; sacrifica a própria vida para ser associado de modo total ao Sacrifício de Cristo sobre a Cruz. Em uma palavra, o martírio é um grande ato de amor em resposta ao imenso amor de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, como dizia na quarta-feira passada, provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós é excluído do chamado divino à santidade, a viver em alta medida a existência cristã, e isso implica tomar a cruz de cada dia sobre si. Todos, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, devemos assumir como primeiro e fundamental compromisso aquele de crescer todo dia em um amor maior a Deus e aos irmãos, para transformar a nossa vida e transformar assim também o nosso mundo.
Por intercessão dos Santos e dos mártires, peçamos ao Senhor que inflame o nosso coração para sermos capazes de amar como Ele amou a cada um de nós.
hoje, na Liturgia, recordamos Santa Clara de Assis, fundadora das Clarissas, luminosa figura da qual falarei em uma das próximas Catequeses. Mas, nesta semana – como já havia indicado no Angelus do último domingo –, fazemos memória também de alguns Santos mártires, tanto dos primeiros séculos da Igreja, como São Lourenço, Diácono; São Ponciano, Papa, e São Hipólito, Sacerdote, quanto de épocas mais próximas da nossa, como Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), patrona da Europa, e São Maximiliano Maria Kolbe. Desejo, a seguir, ater-me brevemente sobre o martírio, forma de amor total a Deus.
Onde se baseia o martírio?
A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre o seu sacrifício supremo de amor, consumado sobre a Cruz, a fim de que pudéssemos ter a vida (cf. Jo 10, 10). Cristo é o servo sofredor de que fala o profeta Isaías (cf. Is 52, 13-15), que doou a si mesmo em resgate de muitos (cf. Mt 20, 28). Ele exorta os seus discípulos, a cada um de nós, a tomar todo o dia a sua cruz e a segui-lo na via do amor total a Deus Pai e à humanidade: "quem não toma a sua cruz e não me segue – nos diz –, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á" (Mt 10,38-39).
É a lógica do grão de trigo que morre para germinar e dar vida (cf. Jo 12, 24). O próprio Jesus "é o grão de trigo vindo de Deus, o divino grão de trigo, que caiu na terra, que se deixou quebrar, romper pela morte e, exatamente através disso, se abre e pode dar frutos na vastidão do mundo" (Bento XVI, Visita à Igreja Luterana de Roma, 14 de março de 2010). O mártir segue o Senhor até o fim, aceitando livremente morrer pela salvação do mundo, em uma prova suprema de fé e de amor (cf. Lumen Gentium, 42).
Ainda uma outra vez, de onde nasce a força para encarar o martírio?
Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não são o resultado de um esforço humano, mas resposta a uma iniciativa e a um chamado de Deus, são um dom da Sua graça, que capacita para oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja e, assim, ao mundo. Se lemos as vidas dos mártires, ficamos estupefatos pela serenidade e a coragem com que encararam o sofrimento e a morte: o poder de Deus manifesta-se plenamente na debilidade, na pobreza de quem se confia a Ele e deposita somente n'Ele a própria esperança (cf. 2Cor 12, 9).
Mas é importante sublinhar que a graça de Deus não suprime ou sufoca a liberdade de quem encara o martírio, mas, ao contrário, a enriquece e a exalta: o mártir é uma pessoa sumamente livre, livre nos confrontos do poder, do mundo; uma pessoa livre, que em um único ato definitivo doa a Deus toda a sua vida, e em um supremo ato de fé, de esperança e de caridade se abandona nas mãos do seu Criador e redentor; sacrifica a própria vida para ser associado de modo total ao Sacrifício de Cristo sobre a Cruz. Em uma palavra, o martírio é um grande ato de amor em resposta ao imenso amor de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, como dizia na quarta-feira passada, provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós é excluído do chamado divino à santidade, a viver em alta medida a existência cristã, e isso implica tomar a cruz de cada dia sobre si. Todos, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, devemos assumir como primeiro e fundamental compromisso aquele de crescer todo dia em um amor maior a Deus e aos irmãos, para transformar a nossa vida e transformar assim também o nosso mundo.
Por intercessão dos Santos e dos mártires, peçamos ao Senhor que inflame o nosso coração para sermos capazes de amar como Ele amou a cada um de nós.
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