quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu e o meu melhor amigo



Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói...

O meu melhor amigo morreu numa tarde triste de sexta-feira. O sol ainda era quente e o calor era intenso. Morreu de um jeito cruel. Vítima de um sistema político e religioso que não sabia entender que Deus prefere os miseráveis. Morreu porque amou demais; morreu porque não sabia mentir.

O meu melhor amigo não sabia ser indiferente. Viveu o tempo todo recolhendo os que estavam caídos e desacreditados. Ele foi um ser humano inesquecível. Entrava em lugares proibidos e dormia na casa de pessoas abomináveis. Trocou santos por Zaqueu, doutores por Mateus. Não se preocupava com o que os outros estavam achando dele, mas ocupava-se de sua vida como se cada instante vivido fosse o último.

Meu melhor amigo tinha o poder de ser irreverente. Ele olhava nos olhos dos fracassados e lhes restituía a coragem perdida. Segurava nas mãos dos cansados e os convencia que ainda lhes restavam forças para chegar.

O meu melhor amigo era desconcertante. Tinha o dom de confundir os sábios e encantar os simples. Eu, certa vez, também me encantei com ele. Chegou num dia em que eu não sei dizer qual foi. Chegou numa hora em que não sei precisar. Sei que chegou, sei que veio. Entrou pela porta da minha vida e nunca mais o deixei sair. Somos íntimos. Minha fala está presa à dele. Eu o admiro tanto que acabo tendo a pretensão de querer ser como ele. Já me peguei cantando para ele os versos de Tom Jobim: “Não há você sem mim e eu não existo sem você!” Ele sorri quando eu canto.

Meu melhor amigo me ensina a ser humano. Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói. Ele me ensina a apreciar os acordes tristes... e aí dói menos. A beleza distrai a tristeza. Foi assim que eu assisti à sua morte na Sexta-feira Santa. Eu sabia que era passageira. Era apenas um interlúdio feito de acordes menores, dilacerantes de tão tristes. Meu amigo não sabe ser morto. Ele gosta é de ser vivo, vivente! E é assim que eu entendo a dinâmica da Ressurreição. Quando digo: “Ele está no meio de nós!” eu

estou convidando o meu amigo a ser vivo através de mim. Quem ama, de verdade, leva sempre a criatura amada por onde vai. E é assim que o amor vai se tornando concreto no meio de nós. É assim que a vida vai ficando eterna... e a gente vai ressuscitando aos poucos...

Hoje, eu acordei mais feliz. Nada de especial me aconteceu.

Apenas me recordei de que meu melhor amigo ainda acredita em mim, apesar de tudo. Eu sou um legítimo representante de sua ressurreição no mundo. Não posso me esquecer disso. As pessoas olham para mim... eu espero que elas não me vejam... eu espero que vejam o meu melhor amigo, em mim.


Pe. Fábio de Melo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eureka, um Animador!

Diante do pouco tempo que sou animador sempre quis saber transcrever o que é ser animador, que sentimento as pessoas descobrem com esta palavra e encontrei alguns mistérios de Deus...

Ser animador é emprestar dois ouvidos
É procurar um olhar distante,
É aceitar, compreender e perdoar a partir de um gesto;

Ser animador é amar uma lágrima,
É abraçar e sentir outro coração bater com o seu,
É ensinar a amar as famílias,
É ensinar a curar a própria vida;

Ser animador é ter vergonha do pecado,
É refugiar-se em Deus e encontra n'Ele seu abrigo de tal modo que nos magoe saber que somos capazes de ofender e afastar-nos deste amor primeiro;

Ser animadora é esquecer os preconceitos,
É sorrir dos pequenos contratempos da vida e da fúria,
É pedir perdão, amolecer o coração,
É acreditar no Amor perfeito entre as pessoas;

Ser animadora é poder mostrar a verdadeira felicidade,
Mesmo sem vê-la,
É poder recolher-se em Deus,
É alegrar-se em Deus.
Ser animador da Crisma é ser de Deus UM SACRAMENTAL, ser um instrumento, um sinal, para que a Graça de Deus se manifeste de forma eficaz;

É procurar compreender o amor que Deus tem por nós,
É oferecer a Deus as primícias do lazer,
É aprofundar-se cada vez mais nas virtudes Cardeais:
Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança;

É acrescentar sempre a fé, a esperança e a caridade,
Ser animador é acreditar em milagres...

Ser animador é perceber que Deus não te criou para planos pequenos, e que é por isso que Ele deseja crescer em nós, para que possamos alcançar o infinito e tocar o eterno;

Por esta razão, a maior dádiva de ser animador não são as pessoas, os crismandos, que passam em nossos grupos, mas ter a oportunidade, a obrigação de cada dia assumir uma conversão, reafirmar uma fé que claudica, mas que continua a caminhar. É poder se revestir do ser cristão, tornar-se exemplo de vidas.

Ser animador é ter a responsabilidade de Transformar o próprio coração;

- Uma estrela cujo brilho transpassa as nuvens densas na noite, consegue trazer consigo a magia de um céu estrelado para o Mundo (Cf. Jo 3, 16)

Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova,

tarde vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim,

eu lá fora a procurar-vos.

Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.

Estáveis comigo, e eu não estava convosco!

Retinha-me longe de vós aquilo que não existiria,

se não existisse em vós.

Porém, me chamastes, com uma voz tão forte

que rompestes a minha surdez.

Brilhastes, cintilastes e logo afugentastes a minha cegueira!

Exalastes perfume: respirei-o suspirando por vós.

Eu vos saboreei, e agora tenho fome e sede de vós.

Vós me tocastes e ardi no desejo da vossa paz.

Confissões, X, 27, Santo Agostinho


Que Deus me ajude a crer e concretizar suas promessas e seus planos em minha vida, em minha Crisma!


João Pessoa, 04 de fevereiro de 2004

Papa revela qual deve ser a base da ação cristã

Catequese de Bento XVI sobre São Pio X

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

hoje, desejo me ater sobre a figura do meu Predecessor São Pio X, do qual, no próximo sábado, celebra-se a memória litúrgica, sublinhando alguns traços que podem ser úteis também para os Pastores e os fiéis do nosso tempo.

Giuseppe Sarto, assim era o seu nome, nasceu em Riese (Treviso), em 1835, em uma família de camponeses. Depois de estudar no Seminário de Pádua, foi ordenado sacerdote aos 23 anos. No começo, foi vigário em Tombolo, após pároco em Salzano, depois cônego da catedral de Treviso, com o encargo de chanceler episcopal e diretor espiritual do Seminário Diocesano. Nestes anos de rica e generosa experiência pastoral, o futuro Pontífice mostrou aquele profundo amor a Cristo e à Igreja, aquela humildade e simplicidade e aquela grande caridade com relação aos mais necessitados, que foram características de toda a sua vida. Em 1884, foi nomeado Bispo de Mântua e, em 1893, Patriarca de Veneza. Em 4 de agosto de 1903, foi eleito Papa, ministério que aceitou com hesitação, porque não se considerava digno de uma tarefa assim tão alta.

O pontificado de São Pio X deixou um sinal indelével na história da Igreja e foi caracterizado por um notável esforço de reforma, sintetizado no seu lema Instaurare omnia in Christo (Renovar todas as coisas em Cristo). Suas intervenções, de fato, envolveram os diversos ambientes eclesiais. Desde o início, dedicou-se à reorganização da Cúria Romana; após, deu início aos trabalhos para a redação do Código de Direito Canônico, promulgado pelo seu Sucessor, Bento XV. Promoveu, em seguida, a revisão dos estudos e do "iter" (processo) de formação dos futuros sacerdotes, fundando também vários Seminários regionais, equipados com boas bibliotecas e professores preparados. Outro setor importante foi aquele da formação doutrinal do Povo de Deus. Desde os anos em que era pároco, havia escrito ele próprio um catecismo e, durante o episcopado em Mântua, trabalhou a fim de se chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano. Como autêntico pastor, havia entendido que a situação da época, também devido ao fenômeno da emigração, tornava necessário um catecismo a que todos os fiéis pudessem recorrer independentemente do local e das circunstâncias da vida. Como Pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a Diocese de Roma, que se difundiu depois por toda a Itália e no mundo. Esse Catecismo é chamado "de Pio X" e foi, para muitos, um guia seguro no aprender as verdades da fé através de uma linguagem simples, clara e precisa, com eficácia positiva.

Notável atenção dedicou à reforma da Liturgia, em particular da música sacra, para conduzir os fiéis a uma mais profunda vida de oração e a uma mais plena participação nos Sacramentos. No Motu Proprio Tra le sollecitudini (1903, primeiro ano de seu pontificado), ele afirma que o verdadeiro espírito cristão tem a sua primeira e indispensável fonte na participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja (cf. ASS 36 [1903], 531). Por isso, recomendou a recorrência frequente aos sacramentos, favorecendo a frequência cotidiana à Santa Comunhão, bem preparados, e antecipando oportunamente a Primeira Comunhão das crianças para em torno de sete anos de idade, "quando a criança começa a raciocinar" (cf. Sagrada Congregação De Sacramentis, Decretum Quam singulari: AAS 2 [1910], 582).

Fiel à missão de confirmar os irmãos na fé, São Pio X, frente a algumas tendências que se manifestaram no contexto teológico no final do século XIX e início do século XX, interveio decisivamente, condenando o "Modernismo", para defender os fiéis das concepções errôneas e promover um aprofundamento científico da Revelação em consonância com a Tradição da Igreja. Em 7 de maio de 1909, com a Carta Apostólica Vinea electa, fundou o Pontifício Instituto Bíblico. Os últimos meses de sua vida foram marcados pelos clarões da guerra. O apelo aos católicos do mundo, lançado em 2 de agosto de 1914 para expressar "a amargura" do momento presente, foi o grito sofredor do pai que vê os filhos se colocarem uns contra os outros. Morreu pouco tempo depois, em 20 de agosto, e a sua fama de santidade começou a se espalhar rapidamente entre o povo cristão.

Queridos irmãos e irmãs, São Pio X ensina a nós todos que a base da nossa ação apostólica, nos vários campos em que atuamos, sempre deve ser uma íntima união pessoal com Cristo, a se cultivar e crescer dia após dia. Esse é o núcleo de todo o seu ensinamento, de todo o seu compromisso pastoral. Somente se estamos enamorados pelo Senhor seremos capazes de levar os homens a Deus e apresentá-los a Seu amor misericordioso, e, assim, apresentar o mundo à misericórdia de Deus.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vocação: Família

Ser casal é demonstrar todo o fascínio e também toda dificuldade, ligados à realidade da soma que o casal resulta: um + um = a três. Ou seja, ao mesmo tempo, na sua dinâmica, duas individualidades e uma conjugalidade. Como ser um sendo dois? Como ser dois sendo um?

Seja pela velocidade das informações, do avanço da tecnologia e da pressão advinda da modernização, algo é invariável: pessoas sempre serão pessoas, com suas individualidades e características próprias. Neste cenário, algo que se torna latente é a capacidade com que desejamos que nossas relações sejam “fast”, “rápidas”. E nessa corrida, pouco paramos para pensar, muito menos para avaliar o outro num relacionamento. Já reparou como é muito mais fácil desistir da pessoa e partir para outra do que parar, refletir, conversar, buscar uma nova forma de ser? É é isso mesmo... Parece que vamos “trocando de casal” assim como trocamos de carro ou computador. Mas, onde ficam os valores pertencentes à família?

O grande erro é pensar que um relacionamento sobrevive de paixão, e isso é uma ilusão.

Existem casamentos que ocorrem rapidamente, como no tal “amor à primeira vista”. Particularmente, ainda sou favorável a um processo de conhecer, aproximar-se, vivenciar as famílias um do outro. Conhecer o outro é conhecer também sua história: a educação recebida, a trajetória espiritual e humana, alguns eventos ou situações que possam condicionar seu futuro, experiências positivas e negativas que sejam contribuintes ou não no processo de formação (afinal de contas, eu não caso apenas com a pessoa, mas viverei também a influência familiar advinda com ela).

Lembre-se do quanto é valioso pensar naquilo que aceitamos com relação às diferenças um do outro. Alguns casais vivem diferenças nas crenças, mas conseguem administrá-las de forma muito tranquila. Outros, por sua vez, nem conseguem se imaginar casando numa religião diferente da sua. Mas e as divergências? Claro que elas sempre existirão em nossas vidas, mas o diferencial é a forma como as trataremos. Muitos casais encontram alegria quando tudo vai bem financeiramente; mas, na primeira dificuldade, iniciam-se os problemas, ou seja, de nada adiantou. Devemos ter clareza de que as pessoas não mudam com facilidade; quanto mais idade nós temos, tanto mais fixados interiormente estarão nossos conteúdos pessoais, nossas crenças, e com isso, mais dificuldade teremos para deixar um vício, fazer algo diferente, ver as coisas de outra forma.

Vivenciar um casamento dos pais que tenha sido conturbado não quer dizer que viveremos assim nossa vida pessoal de casados; muitas vezes, temos este padrão errado de pensar ou negamos a possibilidade do casamento motivados por essa questão. O mais importante nestes casos é discernir que eu não sou meu pai nem minha mãe e que posso construir uma história diferente daquela construída por eles.

Namorar, o início e a base de tudo: a fase do namoro é um dos passos mais importantes para a continuidade ou não de um relacionamento. É claro que não afirmo aqui com isso que namorar é garantia de um casamento eterno, mas, certamente, o processo de conhecimento do casal. Os tempos de cada fase de conhecimento existem. Portanto, tudo aquilo que é relâmpago pode apenas prejudicar as pessoas.

Quero dizer que casamento é vocação, dedicação mútua, é um ato de amor e tudo aquilo que a palavra "amor" engloba. Portanto, perceba se você que deseja se casar está aberto a todas as faces que o casamento requer de uma pessoa. Assim como uma vocação profissional, a vocação pelo estado de vida, seja ele o matrimônio, o celibato, a vida religiosa em suas várias dimensões, deve ser pautada nos valores que aquele modelo de vida possui e não apenas nos ideais ou sonhos que eu plantei em minha forma de ver o mundo. A partir da realidade com o cenário das aspirações pessoais de cada um é possível aproximar-se de uma forma mais realista do rumo que desejo para minha vida.

Que na busca pela vocação do ser família possamos vivenciar a família que promove a saúde e o crescimento emocional saudável dos seus membros, que possamos viver alegrias e dificuldades com sabedoria e maturidade favorecendo uma sociedade também mais saudável.

Elaine Ribeiro, colaboradora da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia Clínica e Pós-Graduada em Gestão de Pessoas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vocação Sacerdotal, um Chamado de Deus

Eu considero que a primeira reflexão deve ser sobre o caráter estritamente sobrenatural do chamado de Deus: foi Ele quem tomou a iniciativa sobre o novo rumo que as vidas dos vocacionados tomarão. Porque não são os vocacionados que escolheram a Cristo, mas sim foi Cristo quem, de uma maneira especial, escolheu-os para que vão por todo o mundo e levem frutos de santificação e de autêntica vivência cristã, e para que todos os frutos permaneçam como um sinal clarividente da intervenção divina (Cf. Jo 15,16).

A vocação sacerdotal e consagrada se apresenta por isso como uma eleição providente de Deus, profundamente gratuita, imprevista e desproporcionada a nossos cálculos e possibilidades humanas.

A vocação sacerdotal é o maior presente que Deus pode depositar nas almas. Do mesmo modo que chamou Pedro, são Tiago, João... e foi-lhes dizendo: 'Vem e segue-me', um dia Cristo fixou seu olhar em um jovem e disse: 'N., N.,N.,... vem, que eu te farei pescador de homens'. Ninguém respondeu ao sacerdócio por ação humana, mas porque o próprio Cristo no interior de suas almas pronunciou seu nome e os convidou a segui-lo. É um convite a grandes coisas: o que é melhor que ser embaixador do próprio Deus?

Cristo tem necessidade de cada um dos sacerdotes, como teve de Pedro, de São Tiago e de São João. Os sacerdotes são as mãos, os pés, os olhos, a mente, o coração de Jesus Cristo; são os canais e os meios pelos quais Ele vai comunicar-se à humanidade.

Que honra! Que doce o peso que Ele coloca sobre ombros de cada sacerdote: é o peso imponderável da Redenção, na qual se contém a felicidade pessoal e eterna de cada homem.

Chamado que respeita a Liberdade

Deus respeita em sua integridade o homem e quando chama uma alma a seu serviço, em seu solene poder, nem a violenta, nem a intoxica, mas, com a paciência e amor que em sua revelação podemos contemplar em Jesus, deixa-a quase andar à deriva ou ao sabor das circunstâncias normais que trazem consigo esses processos e situações, e que em seus altos e baixos mal controlados poderiam inclusive determinar a decisão fundamental da alma e comprometer seu desígnio.

Há muitos jovens que Deus nosso Senhor preparou amorosamente desde toda a eternidade para que sejam sacerdotes; há muitos jovens que Deus chamou para serem sacerdotes; mas nem todos correspondem ao chamado de Deus, porque o chamado de Deus não implica o esmagamento da liberdade da pessoa humana; Deus sempre deixa a liberdade de seguí-lo ou não segui-lo. Cada jovem chamado ao sacerdócio é livre, absolutamente livre; cada um deles pode responder a Deus: sim ou não.

Chamado que exige uma resposta pessoal

Deus chama a cada jovem ao sacerdócio para que ele responda; chama a cada um, como pessoa. E a resposta a Deus é uma resposta pessoal. Nunca posso me escusar na falta de generosidade dos outros para justificar minhas atitudes. No caso de que os demais não viverem o cristianismo, de não se entregaram com entusiasmo ao trabalho apostólico, eu não tenho nenhum motivo para ficar atrás... Já dizia a Bíblia: 'Ainda que caiam dez mil à tua direita e dez mil à tua esquerda, tu segue adiante'.

Chamado que implica Santidade

A missão de cada sacerdote é clara e precisa: a santidade urgente! Temos por vocação que nos esforçar para adquirir a consciência de que hoje e amanhã ensinaremos nossos irmãos como ser santos. Alter Christus (Outro Cristo): glorificador do Pai e salvador de almas.

Pe. Alexandre Paciolli, LC

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bento XVI explica o significado do martírio

Catequese de Bento XVI sobre o martírio

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

hoje, na Liturgia, recordamos
Santa Clara de Assis, fundadora das Clarissas, luminosa figura da qual falarei em uma das próximas Catequeses. Mas, nesta semana – como já havia indicado no Angelus do último domingo –, fazemos memória também de alguns Santos mártires, tanto dos primeiros séculos da Igreja, como São Lourenço, Diácono; São Ponciano, Papa, e São Hipólito, Sacerdote, quanto de épocas mais próximas da nossa, como Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), patrona da Europa, e São Maximiliano Maria Kolbe. Desejo, a seguir, ater-me brevemente sobre o martírio, forma de amor total a Deus.

Onde se baseia o martírio?

A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre o seu sacrifício supremo de amor, consumado sobre a Cruz, a fim de que pudéssemos ter a vida (cf. Jo 10, 10). Cristo é o servo sofredor de que fala o profeta Isaías (cf. Is 52, 13-15), que doou a si mesmo em resgate de muitos (cf. Mt 20, 28). Ele exorta os seus discípulos, a cada um de nós, a tomar todo o dia a sua cruz e a segui-lo na via do amor total a Deus Pai e à humanidade: "quem não toma a sua cruz e não me segue – nos diz –, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á" (Mt 10,38-39).

É a lógica do grão de trigo que morre para germinar e dar vida
(cf. Jo 12, 24). O próprio Jesus "é o grão de trigo vindo de Deus, o divino grão de trigo, que caiu na terra, que se deixou quebrar, romper pela morte e, exatamente através disso, se abre e pode dar frutos na vastidão do mundo" (Bento XVI, Visita à Igreja Luterana de Roma, 14 de março de 2010). O mártir segue o Senhor até o fim, aceitando livremente morrer pela salvação do mundo, em uma prova suprema de fé e de amor (cf. Lumen Gentium, 42).

Ainda uma outra vez, de onde nasce a força para encarar o martírio?

Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não são o resultado de um esforço humano, mas resposta a uma iniciativa e a um chamado de Deus, são um dom da Sua graça, que capacita para oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja e, assim, ao mundo
. Se lemos as vidas dos mártires, ficamos estupefatos pela serenidade e a coragem com que encararam o sofrimento e a morte: o poder de Deus manifesta-se plenamente na debilidade, na pobreza de quem se confia a Ele e deposita somente n'Ele a própria esperança (cf. 2Cor 12, 9).

Mas
é importante sublinhar que a graça de Deus não suprime ou sufoca a liberdade de quem encara o martírio, mas, ao contrário, a enriquece e a exalta: o mártir é uma pessoa sumamente livre, livre nos confrontos do poder, do mundo; uma pessoa livre, que em um único ato definitivo doa a Deus toda a sua vida, e em um supremo ato de fé, de esperança e de caridade se abandona nas mãos do seu Criador e redentor; sacrifica a própria vida para ser associado de modo total ao Sacrifício de Cristo sobre a Cruz. Em uma palavra, o martírio é um grande ato de amor em resposta ao imenso amor de Deus.

Queridos irmãos e irmãs,
como dizia na quarta-feira passada, provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós é excluído do chamado divino à santidade, a viver em alta medida a existência cristã, e isso implica tomar a cruz de cada dia sobre si. Todos, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, devemos assumir como primeiro e fundamental compromisso aquele de crescer todo dia em um amor maior a Deus e aos irmãos, para transformar a nossa vida e transformar assim também o nosso mundo.

Por intercessão dos Santos e dos mártires, peçamos ao Senhor que inflame o nosso coração para sermos capazes de amar como Ele amou a cada um de nós.



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Hipotecar a vontade a Deus

Olá a todos, venho aqui informar que as postagens do blog estão sendo retomadas depois de um tempo parada, na qual pedimos desculpas. Mas em comunhão com a liturgia da Santa Igreja Católica, mês de agosto, mês vocacional, estaremos postando alguns textos, vídeos, artigos sobre o tema vocação. E que desde já possamos pedir a Deus pela descoberta da nossa vocação (para aqueles que ainda não acharam), possamos pedir a Deus a fidelidade na vocação da qual ele nos chamou (para todos aqueles que já encontraram a sua vocação) e pelas vocações da Igreja Católica, para que possamos crescer em santidade. E estamos iniciando com um texto sobre Vontade de Deus, que possamos dizer como a Santa Paula Frassinetti, fundadora da congregação de Santa Dorotéia, "Vontade de Deus, és o meu Paraíso".

--

É o ser humano que deve se submeter a Deus e não Deus ao ser humano

Repete-se tantas vezes o que está na oração que Jesus ensinou, mas não se penetra fundo no sentido das palavras: “Seja feita a vossa vontade”.

Quem aspira a perfeição, a felicidade, a união com Deus toma como norma de todas as ações conformar, sinceramente, a vontade humana com a vontade divina. Cumpre fusionar as duas vontades. Trata-se de assegurar ao Senhor a submissão total aos Seus desígnios.

O empenho do cristão deve sempre ser trabalhar e determinar-se e dispor-se diligentemente a aderir ao que o Todo-poderoso determinou no Decálogo, nos Conselhos evangélicos, como também no cumprimento do dever de cada hora, de sua tarefa específica, acatando as inspirações do Divino Espírito Santo que apela para um esforço contínuo do aprimoramento de cada um.

A vontade de Deus se manifesta também por intermédio das Autoridades legitimamente constituídas. Quem assim procede recebe do Ser Supremo graças sobre graças. A maior delas é suportar com total paciência as turbulências da vida sem reclamar contra sua Majestade infinitamente sábia que tudo ordena para o bem dos que a amam e servem.

Todos os santos que com Cristo reinam no céu, indubitavelmente chegaram lá pela renúncia à própria vontade e pelo cumprimento da vontade divina, com maior ou menor grau de perfeição. Jesus deu a todos os Seus seguidores o exemplo: “Meu alimento é fazer a vontade do Pai que está nos céus (Jo 4,34). Pôde, por isso mesmo asseverar: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). É um dogma de fé e uma verdade filosófica que Deus criou, rege, governa e tem providência do mundo. Ele dirige todos os acontecimentos e dispõe todas as coisas com número, peso e medida, para que, em último termo, tudo ceda sempre a Sua maior glória e bem das almas. Deste modo, a vontade de beneplácito consiste em submeter cada um sua vontade a todos os acontecimentos providenciais que ocorram dentro e fora de si, permitidos e queridos por Deus para Seu louvor e salvação de cada pessoa.Tudo vem do querer positivo e permissivo do Criador.

Tais acontecimentos podem ser prósperos ou adversos para cada um, agradáveis ou desagradáveis, bons ou temporalmente maus, mas Deus sabe o que é melhor para Seus filhos. Jó deixou a célebre advertência: "Se recebemos os bens da mãos de Deus, porque não recebermos também os males?" (Jó 2,10). José do Egito, Tobias e tantos outros personagens do Antigo Testamento foram provados pelo Soberano Senhor, mas, submetendo-se a Ele, obtiveram bênçãos extraordinárias.

São Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua, Santa Teresa de Jesus queriam o martírio e desejavam pregar a fé aos infiéis, mas não lograram seu intento, porque o Senhor os destinava a outras missões. É o ser humano que deve se submeter a Deus e não Deus ao ser humano. É uma questão elementar de inteligência a criatura estar de acordo com o Criador, o ser contingente com o Ser Necessário, quem é finito com o Infinito.

Quando a cruz pesa, os trabalhos molestam, as tribulações abatem, as perseguições ofendem, as enfermidades doem, a resignação não poucas vezes falta e muitos se revoltam contra a Providência Divina.

Grandes são as vantagens de se hipotecar a vontade a Deus, pois isso ocasiona a purificação da alma, o aumento dos méritos, a paz interior, a imperturbabilidade. Para isso nada melhor do que viver na presença de Deus, repetindo sempre a Ele: "Senhor, vossa graça me basta e é ela que vos imploro".

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

05/08/2010 - 08h30

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Jesus nos pede a fidelidade nas pequenas coisas", afirma Papa

Catequese de Bento XVI sobre São Tarcísio

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

desejo manifestar a minha alegria de estar hoje em meio a vós, nesta Praça, onde vos reunis festivamente para esta Audiência Geral, que tem a presença tão significativa da grande Peregrinação Europeia dos Coroinhas! Queridos meninos, meninas e jovens, sejam bem-vindos! Como a grande maioria dos coroinhas presentes na Praça é de língua alemã, me destinarei em primeiro lugar a eles, na minha língua materna.

Queridos e queridas coroinhas e amigos, queridos peregrinos de língua alemã, bem-vindos aqui a Roma! Saúdo a todos vós cordialmente. Convosco, saúdo o Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone; chama-se Tarcísio, como o vosso Patrono. Haveis tido a cortesia de convidá-lo e ele, que leva o nome de São Tarcísio, está feliz por estar aqui entre os Corinhas do mundo e entre os Coroinhas alemães. Saúdo os queridos Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, e os Diáconos, que quiseram participar desta Audiência. Agradeço de coração ao Bispo Auxiliar de Basileia, Dom Martin Gächter, presidente do
Coetus Internationalis Ministrantium, pelas palavras de saudação que me dirigiu, pelo grande presente da estátua de São Tarcísio e pelo cachecol que me deram. Tudo isso me faz lembrar do tempo em que também eu era coroinha. Agradeço-lhe, em vosso nome, também pelo grande trabalho que ele desenvolve em meio a vós, juntamente com os colaboradores e quantos tornaram possível este alegre encontro. Meus agradecimentos também vão aos promotores suíços e a quantos trabalharam de várias maneiras para construir a estátua de São Tarcísio.

Sois numerosos! Já sobrevoei a Praça de São Pedro com o helicóptero e vi todas as cores e a alegria que está presente nesta Praça! Então, vós não somente criais um ambientes de festa na Praça, mas tornais ainda mais alegre o meu coração! Obrigado! A estátua de São Tarcísio chegou até nós depois de uma longa peregrinação. Em setembro de 2008, foi apresentada na Suíça, na presença de 8000 coroinhas: com certeza, alguns de vós estáveis presentes. Da Suíça, passou por Luxemburgo e foi para a Hungria. Nós, hoje, a acolhemos festivamente, alegres por poder conhecer melhor esta figura dos primeiros séculos da Igreja. Então, a estátua - como já disse o bispo Gächter – será colocada junto às Catacumbas de São Calisto, onde São Tarcísio foi sepultado. O desejo que dirijo a todos é de que aquele lugar, ou seja, as catacumbas de São Calisto e esta estátua, possam se tornar um ponto de referência para os coroinhas e para aqueles que desejam seguir Jesus mais de perto através da vida sacerdotal, religiosa e missionária. Que todos possam olhar para este jovem corajoso e forte e renovar o compromisso de amizade com o Senhor mesmo, para aprender a viver sempre com Ele, seguindo o caminho que nos indica com a Sua Palavra e o testemunho de tantos santos e mártires, dos quais, por meio do Batismo, nos tornamos irmãos e irmãs.

Quem foi São Tarcisio? Não temos muitas informações. Estamos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no terceiro século; é dito que ele era um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Amava muito a Eucaristia e, por vários fatores, concluímos que, provavelmente, fosse um acólito, isto é, um coroinha. Aqueles eram anos em que o Imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, que foram forçados a encontrar secretamente em casas particulares ou, por vezes, também nas catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, orar e celebrar a Santa Missa. Mesmo o costume de levar a Eucaristia aos prisioneiros e doentes tornava-se cada vez mais perigoso. Um dia, quando o sacerdote perguntou, como sempre fazia, quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que a estavam esperando, levantou-se o jovem Tarcísio e disse: "Envia-me". Aquele menino parecia demasiado jovem para um serviço assim tão exigente! "A minha juventude - disse Tarcísio - será o melhor refúgio para a Eucaristia". O sacerdote, convencido, lhe confiou aquele Pão precioso dizendo-lhe: "Tarcísio, lembra-te que um tesouro celeste é confiado aos teus débeis cuidados. Evite ruas movimentadas e não se esqueça de que as coisas santas não devem ser jogadas aos cães, nem as pérolas aos porcos. Protegerá com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?". "Morrerei - disse Tarcisio decidido – antes de cedê-los". Ao longo do caminho, encontrou alguns amigos pela rua, que se aproximaram e pediram que se unisse a eles. À sua resposta negativa, esses – que eram pagãos – suspeitaram e se tornaram importunos, e perceberam que ele portava alguma coisa no peito e que parecia defender. Tentaram arrancá-la, mas foi em vão; a luta tornou-se mais e mais furiosa, especialmente quando souberam que Tarcísio era cristão; o chutaram, atiraram pedras, mas ele não cedeu. Moribundo, foi levado ao padre por um oficial pretoriano chamado Quadrato, que também havia se tornado, secretamente, cristão. Chegou sem vida, mas ainda segurava firme junto ao peito um pequeno linho com a Eucaristia. Foi imediatamente sepultado nas Catacumbas de São Calisto. O Papa Damaso fez uma inscrição para a tumba de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu em 257. O Martirológio Romano fixa a data de 15 de agosto e, no próprio Martirológio, reporta-se também uma bela tradição oral, segundo a qual, sobre o corpo de São Tarcísio, não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem entre as suas vestes. Ali é explicado que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, havia se tornado carne de sua carne, formando assim, com o seu próprio corpo, uma única hóstia imaculada oferecida a Deus.

Queridos e queridas coroinhas, o testemunho de São Tarcísio e essa bela tradição nos ensinam o profundo amor e a grande veneração que devemos ter pela Eucaristia: é um bem precioso, um tesouro, cujo valor não se pode medir, é o Pão da vida, é Jesus mesmo que se faz comida, sustento e força para o nosso caminho de cada dia e caminho aberto para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.

Dirijo-me a vós aqui presentes e, por meio de vós, a todos os coroinhas do mundo! Servi com generosidade a Jesus presente na Eucaristia. É uma tarefa importante, que vos permitis estar particularmente próximos ao Senhor e crescer em uma amizade verdadeira e profunda com Ele. Guardai zelosamente esta amizade no vosso coração, como São Tarcísio, prontos a comprometer-vos, a lutar e dar a vida para que Jesus chegue a todos os homens. Também vós comuniqueis aos vossos pares o dom dessa amizade, com alegria, entusiasmo, sem medo, a fim de que possam sentir que vós conheceis este Mistério, que é verdadeiro e que o amais! Toda vez que vos aproximais do altar, tendes a oportunidade de auxiliar no grande gesto de amor de Deus, que continua desejando se doar a cada um de nós, a ser-nos próximo, a dar-nos força para viver bem. Com a consagração – vós o sabeis - aquele pequeno pedaço de pão torna-se o Corpo de Cristo, aquele vinho torna-se Sangue de Cristo! Sois afortunados de poder viver de perto este inefável mistério! Desempenhai com amor, com devoção e com fidelidade o vosso compromisso de coroinhas; não entreis na igreja para a Celebração com superficialidade, mas preparai-vos interiormente para a Santa Missa! Ajudando os vossos sacerdotes no serviço ao altar, contribuis para tornar Jesus mais próximo, de modo que as pessoas possam se sentir e tornem-se melhores: Ele está aqui; vós colaborais a fim de que Ele possa estar mais presente no mundo, na vida cotidiana, na Igreja e em toda a parte. Queridos amigos! Vós emprestais a Jesus as vossas mãos, os vossos pensamentos, o vosso tempo. Ele não deixará de recompensá-los, dando-vos a verdadeira alegria e fazendo-vos sentir onde está a felicidade mais plena. São Tarcísio mostrou-nos que o amor pode levar-nos até mesmo o dom da vida por um bem autêntico, pelo verdadeiro bem, pelo Senhor.

A nós, provavelmente, não é pedido o martírio, mas Jesus nos pede a fidelidade nas pequenas coisas, o recolhimento interior, a participação interior, a nossa fé e o esforço de manter presente este tesouro na vida de todos os dias. Pede-nos a fidelidade nas tarefas diárias, o testemunho do Seu amor, frequentando a Igreja movidos por uma convicção interior e pela alegria da Sua presença. Assim, podemos também dar a conhecer aos nossos amigos que Jesus vive. Nesse compromisso, nos ajude a intercessão de São João Maria Vianney, do qual hoje recorre a memória litúrgica, deste humilde Pároco da França, que transformou uma pequena comunidade e, assim, doou ao mundo uma nova luz. O exemplo dos santos Tarcísio e João Vianney incentive-nos todos os dias a amar Jesus e a fazer a Sua vontade, como fez a Virgem Maria, fiel ao Seu Filho até o fim. Mais uma vez, obrigado a todos! Que Deus vos abençoe nestes dias e bom retorno aos vossos Países!