sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Santa Teresa de Ávila (Santa Teresa de Jesus)

Com grande alegria lembramos, hoje, da vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada "Doutora da Igreja": Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico. Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.

Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: "Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer". No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nossa Senhora Aparecida - Padroeira do Brasil

Hoje a Igreja do Brasil junto com todos brasileiros, celebramos o dia destinado a nossa padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus e nossa, e aqui deixamos um vídeo que fala um pouco sobre a história dessa presença de Maria em nossa nação.

Que possamos celebrar esse dia tão memorável, que possamos nos entregar e nos consagrar a essa mãe tão amável, que possamos confiar o futuro do nosso Brasil em suas mãos, juntamente entregando o futuro de nossas crianças que a cada dia mais se tornam vítimas de uma sociedade cruel, que possamos ir todos nós, cristãos católicos, a Santa Missa comungar do corpo e sangue de Jesus e agradecer a esse Deus por ter nos dado uma Mãe tão maravilhosa.

Nossa Senhora Aparecida, nós te amamos!





Consagração a Nossa Senhora Aparecida

Ó Maria Santíssima, que em vossa Imagem de Aparecida, espalhai inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, N......, embora indigno de pertencer ao número dos vossos servos, mas cheios do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostado aos vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense nos amor que mereceis; consagro-vos a minha língua, para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-nos, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos servos; acolhei-nos debaixo de vossa proteção; socorrei-nos em todas as nossas necessidades espirituais e temporais, e sobretudo na hora de nossa morte.


Abençoai-nos, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nessa nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade.

Assim seja.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Santos Anjos



SÃO GABRIEL ARCANJO
Mais conhecido como o Arcanjo Gabriel

Gabriel o "anjo da anunciação" mencionado como o anjo enviado para Zacarias(Lc 1:11-19) e no Livro de Daniel (8:16,9:21) para proclamar a anunciação da Virgem Maria (Lc1:26-38)( magnificat) e é também associado a encarnação de Jesus Cristo. Ele anunciou vinda de Cristo no Velho testamento e disse a Zacarias do nascimento de São João Batista. Ele também apareceu a Virgem Maria para anunciar que ela tinha sido selecionada para ser a mãe do Salvador (Luc1:25-38).

Seu culto começou muito cedo em Roma. Gabriel é também creditado em guardar a "Arvore da Vida" e pode ter sido o ser celestial que teria expulso Adão e Eva do Éden.

Ele é usualmente mostrado na liturgia da Igreja como um belo arcanjo segurando um rolo de papiro com a Ave Maria nele gravado. Gabriel é o patrono das modernas telecomunicações e serviço postal. Seu emblema é uma lança e um escudo gravado com um lírio.



SÃO MIGUEL ARCANJO

O arcanjo Miguel é um dos três anjos venerados por nomes pela igreja (com Gabriel e Rafael).

Miguel significa "aquele que se parece com Deus ".

Na tradição da igreja ele é o chefes dos anjos no céu. A igreja honra Miguel com quatro títulos:

Primeiro, ele é o anjo da morte. Assim assiste cada alma na sua jornada final após a morte, até o céu para julgamento A tradição diz que Miguel dá uma ultima chance para todas as pessoas ,a se redimirem antes da morte e assim provoca consternação ao demônio e seus seguidores.

Segundo, ele é um padroeiro especial, e protetor do povo escolhido no Velho Testamento.

Terceiro, ele é o supremo inimigo de Satã e segundo o Livro das Revelações ele lutará contra Satã e virá, no final dos tempos, comandando tropas de anjos do Senhor para a luta final.

Quarto, ele é o guardião da Igreja.

Miguel aparece duas vezes no Velho Testamento. Em Daniel (10:13) que diz

"Miguel ,um dos grandes príncipes" e logo depois como "um grande príncipe"

Sua proeminência na lendas e tradições judias fazem dele um poderoso líder angélico, o príncipe dos arcanjos e tem como certa o seu significado na tradição cristã dos anjos. A veneração a Miguel data dos tempos mais antigos da historia cristã acompanhado de uma extensa tradição e lendas.

Ele supostamente teria visitado o Imperador Constantino da Grécia (em 337), fez uma dramática aparição no Mausoléu de Hadrian, em Roma em resposta a um apelo para acabar com a praga da peste.( a praga acabou e o mausoléu passou a ser chamado de Castelo de S" Ângelo em sua honra) e ele interveio em uma serie de batalhas e guerras. Santa Joana d‘Arc (1431) credita a Miguel como sendo um dos espíritos santos que a ajudaram e deram a ela a coragem de salvar a França durante a guerra dos 100 anos (1337-1455). Numerosos teólogos examinaram Miguel, incluindo os "Patriarcas Gregos", e outros grandes nomes da igreja como São Basil e São Tomas de Aquino. Este último, dedicou uma capítulo inteiro da " Summa Theologiae", aos anjos e arcanjos

O papel de Miguel como o anjo que cura é celebrado pela igrejas na Ásia Menor e varias igrejas tem o seu nome e são visitadas com freqüência pelos pobres e doentes. Marinheiro da Normandia o invocam, com seu padroeiro. E em 1950 Papa Pio XII o nomeou padroeiro dos policiais. O famoso Monastério do Monte São Miguel obviamente, tem este nome, em sua honra.

São Miguel é mostrado na arte litúrgica da Igreja como um anjo segurando uma espada ou lança, um escudo e uma balança.

Ele é tambem padroeiro dos paraquedistas, dos motoristas de ambulancia,

paramedicos,fuzileiros navais,radiologistas e marinheiros.


SÃO RAFAEL ARCANJO

Um dos arcanjos venerados pelo nome na igreja com Miguel e Gabriel .O nome Rafael significa " Aquele que cura " e o anjo é considerado um dos anjos de cura. Ele é honrado na tradição cristã como o líder dos anjos guardiões, o anjo do conhecimentos e o anjo da ciência. No Velho Testamento Rafael parece no livro de Tobias, no qual ele provê muita ajuda a Tobias ajudando Tobias a se livrar dos tormentos do demônio Asmodeus.

No fim do livro ele diz a Tobias: "Eu sou Rafael um dos sete anjos que podem entrar e servir a Gloria do Senhor" (12:15). Ele não é mencionado no Novo Testamento mas a tradição o identifica como o anjo da ovelha em João 5:2 . Rafael tambem é figura proeminente nos costumes do Judaísmo (ele é um dos três anjos que visitaram a Abraão antes da destruição de Sodoma e Gomorra). Poetas tambem fazem Rafael uma parte da sua famosa composição como é o caso de Milton no Paraíso Perdido no qual o anjo é chamado de "um espirito sociável" que viaja com Tobias (livro V) .

Na arte litúrgica da Igreja é mostrado como um jovem carregando um bastão e/ou um peixe.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Oração:

Fica comigo, Senhor, pois preciso da tua presença para não te esquecer. Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica comigo, Senhor, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica comigo, Senhor, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica comigo, Senhor, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica comigo, Senhor, para me mostrar tua vontade.
Fica comigo, Senhor, para que ouça tua voz e te siga.
Fica comigo, Senhor, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica comigo, Senhor, se queres que te seja fiel.
Fica comigo, Senhor, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.
Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho.
Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.
Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti.
Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.
Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!
Fica comigo, Senhor, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais.
Como este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.


Padre Pio

São Pio de Pietrelcina


Hoje dia de São Pio de Pietrelcina, grande santo da Igreja Católica.

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione.

Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.

Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento.

Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo.

Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como "barba azul".

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.

Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice.

Padre Pio dizia:
"Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"



São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu e o meu melhor amigo



Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói...

O meu melhor amigo morreu numa tarde triste de sexta-feira. O sol ainda era quente e o calor era intenso. Morreu de um jeito cruel. Vítima de um sistema político e religioso que não sabia entender que Deus prefere os miseráveis. Morreu porque amou demais; morreu porque não sabia mentir.

O meu melhor amigo não sabia ser indiferente. Viveu o tempo todo recolhendo os que estavam caídos e desacreditados. Ele foi um ser humano inesquecível. Entrava em lugares proibidos e dormia na casa de pessoas abomináveis. Trocou santos por Zaqueu, doutores por Mateus. Não se preocupava com o que os outros estavam achando dele, mas ocupava-se de sua vida como se cada instante vivido fosse o último.

Meu melhor amigo tinha o poder de ser irreverente. Ele olhava nos olhos dos fracassados e lhes restituía a coragem perdida. Segurava nas mãos dos cansados e os convencia que ainda lhes restavam forças para chegar.

O meu melhor amigo era desconcertante. Tinha o dom de confundir os sábios e encantar os simples. Eu, certa vez, também me encantei com ele. Chegou num dia em que eu não sei dizer qual foi. Chegou numa hora em que não sei precisar. Sei que chegou, sei que veio. Entrou pela porta da minha vida e nunca mais o deixei sair. Somos íntimos. Minha fala está presa à dele. Eu o admiro tanto que acabo tendo a pretensão de querer ser como ele. Já me peguei cantando para ele os versos de Tom Jobim: “Não há você sem mim e eu não existo sem você!” Ele sorri quando eu canto.

Meu melhor amigo me ensina a ser humano. Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói. Ele me ensina a apreciar os acordes tristes... e aí dói menos. A beleza distrai a tristeza. Foi assim que eu assisti à sua morte na Sexta-feira Santa. Eu sabia que era passageira. Era apenas um interlúdio feito de acordes menores, dilacerantes de tão tristes. Meu amigo não sabe ser morto. Ele gosta é de ser vivo, vivente! E é assim que eu entendo a dinâmica da Ressurreição. Quando digo: “Ele está no meio de nós!” eu

estou convidando o meu amigo a ser vivo através de mim. Quem ama, de verdade, leva sempre a criatura amada por onde vai. E é assim que o amor vai se tornando concreto no meio de nós. É assim que a vida vai ficando eterna... e a gente vai ressuscitando aos poucos...

Hoje, eu acordei mais feliz. Nada de especial me aconteceu.

Apenas me recordei de que meu melhor amigo ainda acredita em mim, apesar de tudo. Eu sou um legítimo representante de sua ressurreição no mundo. Não posso me esquecer disso. As pessoas olham para mim... eu espero que elas não me vejam... eu espero que vejam o meu melhor amigo, em mim.


Pe. Fábio de Melo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eureka, um Animador!

Diante do pouco tempo que sou animador sempre quis saber transcrever o que é ser animador, que sentimento as pessoas descobrem com esta palavra e encontrei alguns mistérios de Deus...

Ser animador é emprestar dois ouvidos
É procurar um olhar distante,
É aceitar, compreender e perdoar a partir de um gesto;

Ser animador é amar uma lágrima,
É abraçar e sentir outro coração bater com o seu,
É ensinar a amar as famílias,
É ensinar a curar a própria vida;

Ser animador é ter vergonha do pecado,
É refugiar-se em Deus e encontra n'Ele seu abrigo de tal modo que nos magoe saber que somos capazes de ofender e afastar-nos deste amor primeiro;

Ser animadora é esquecer os preconceitos,
É sorrir dos pequenos contratempos da vida e da fúria,
É pedir perdão, amolecer o coração,
É acreditar no Amor perfeito entre as pessoas;

Ser animadora é poder mostrar a verdadeira felicidade,
Mesmo sem vê-la,
É poder recolher-se em Deus,
É alegrar-se em Deus.
Ser animador da Crisma é ser de Deus UM SACRAMENTAL, ser um instrumento, um sinal, para que a Graça de Deus se manifeste de forma eficaz;

É procurar compreender o amor que Deus tem por nós,
É oferecer a Deus as primícias do lazer,
É aprofundar-se cada vez mais nas virtudes Cardeais:
Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança;

É acrescentar sempre a fé, a esperança e a caridade,
Ser animador é acreditar em milagres...

Ser animador é perceber que Deus não te criou para planos pequenos, e que é por isso que Ele deseja crescer em nós, para que possamos alcançar o infinito e tocar o eterno;

Por esta razão, a maior dádiva de ser animador não são as pessoas, os crismandos, que passam em nossos grupos, mas ter a oportunidade, a obrigação de cada dia assumir uma conversão, reafirmar uma fé que claudica, mas que continua a caminhar. É poder se revestir do ser cristão, tornar-se exemplo de vidas.

Ser animador é ter a responsabilidade de Transformar o próprio coração;

- Uma estrela cujo brilho transpassa as nuvens densas na noite, consegue trazer consigo a magia de um céu estrelado para o Mundo (Cf. Jo 3, 16)

Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova,

tarde vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim,

eu lá fora a procurar-vos.

Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.

Estáveis comigo, e eu não estava convosco!

Retinha-me longe de vós aquilo que não existiria,

se não existisse em vós.

Porém, me chamastes, com uma voz tão forte

que rompestes a minha surdez.

Brilhastes, cintilastes e logo afugentastes a minha cegueira!

Exalastes perfume: respirei-o suspirando por vós.

Eu vos saboreei, e agora tenho fome e sede de vós.

Vós me tocastes e ardi no desejo da vossa paz.

Confissões, X, 27, Santo Agostinho


Que Deus me ajude a crer e concretizar suas promessas e seus planos em minha vida, em minha Crisma!


João Pessoa, 04 de fevereiro de 2004

Papa revela qual deve ser a base da ação cristã

Catequese de Bento XVI sobre São Pio X

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

hoje, desejo me ater sobre a figura do meu Predecessor São Pio X, do qual, no próximo sábado, celebra-se a memória litúrgica, sublinhando alguns traços que podem ser úteis também para os Pastores e os fiéis do nosso tempo.

Giuseppe Sarto, assim era o seu nome, nasceu em Riese (Treviso), em 1835, em uma família de camponeses. Depois de estudar no Seminário de Pádua, foi ordenado sacerdote aos 23 anos. No começo, foi vigário em Tombolo, após pároco em Salzano, depois cônego da catedral de Treviso, com o encargo de chanceler episcopal e diretor espiritual do Seminário Diocesano. Nestes anos de rica e generosa experiência pastoral, o futuro Pontífice mostrou aquele profundo amor a Cristo e à Igreja, aquela humildade e simplicidade e aquela grande caridade com relação aos mais necessitados, que foram características de toda a sua vida. Em 1884, foi nomeado Bispo de Mântua e, em 1893, Patriarca de Veneza. Em 4 de agosto de 1903, foi eleito Papa, ministério que aceitou com hesitação, porque não se considerava digno de uma tarefa assim tão alta.

O pontificado de São Pio X deixou um sinal indelével na história da Igreja e foi caracterizado por um notável esforço de reforma, sintetizado no seu lema Instaurare omnia in Christo (Renovar todas as coisas em Cristo). Suas intervenções, de fato, envolveram os diversos ambientes eclesiais. Desde o início, dedicou-se à reorganização da Cúria Romana; após, deu início aos trabalhos para a redação do Código de Direito Canônico, promulgado pelo seu Sucessor, Bento XV. Promoveu, em seguida, a revisão dos estudos e do "iter" (processo) de formação dos futuros sacerdotes, fundando também vários Seminários regionais, equipados com boas bibliotecas e professores preparados. Outro setor importante foi aquele da formação doutrinal do Povo de Deus. Desde os anos em que era pároco, havia escrito ele próprio um catecismo e, durante o episcopado em Mântua, trabalhou a fim de se chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano. Como autêntico pastor, havia entendido que a situação da época, também devido ao fenômeno da emigração, tornava necessário um catecismo a que todos os fiéis pudessem recorrer independentemente do local e das circunstâncias da vida. Como Pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a Diocese de Roma, que se difundiu depois por toda a Itália e no mundo. Esse Catecismo é chamado "de Pio X" e foi, para muitos, um guia seguro no aprender as verdades da fé através de uma linguagem simples, clara e precisa, com eficácia positiva.

Notável atenção dedicou à reforma da Liturgia, em particular da música sacra, para conduzir os fiéis a uma mais profunda vida de oração e a uma mais plena participação nos Sacramentos. No Motu Proprio Tra le sollecitudini (1903, primeiro ano de seu pontificado), ele afirma que o verdadeiro espírito cristão tem a sua primeira e indispensável fonte na participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja (cf. ASS 36 [1903], 531). Por isso, recomendou a recorrência frequente aos sacramentos, favorecendo a frequência cotidiana à Santa Comunhão, bem preparados, e antecipando oportunamente a Primeira Comunhão das crianças para em torno de sete anos de idade, "quando a criança começa a raciocinar" (cf. Sagrada Congregação De Sacramentis, Decretum Quam singulari: AAS 2 [1910], 582).

Fiel à missão de confirmar os irmãos na fé, São Pio X, frente a algumas tendências que se manifestaram no contexto teológico no final do século XIX e início do século XX, interveio decisivamente, condenando o "Modernismo", para defender os fiéis das concepções errôneas e promover um aprofundamento científico da Revelação em consonância com a Tradição da Igreja. Em 7 de maio de 1909, com a Carta Apostólica Vinea electa, fundou o Pontifício Instituto Bíblico. Os últimos meses de sua vida foram marcados pelos clarões da guerra. O apelo aos católicos do mundo, lançado em 2 de agosto de 1914 para expressar "a amargura" do momento presente, foi o grito sofredor do pai que vê os filhos se colocarem uns contra os outros. Morreu pouco tempo depois, em 20 de agosto, e a sua fama de santidade começou a se espalhar rapidamente entre o povo cristão.

Queridos irmãos e irmãs, São Pio X ensina a nós todos que a base da nossa ação apostólica, nos vários campos em que atuamos, sempre deve ser uma íntima união pessoal com Cristo, a se cultivar e crescer dia após dia. Esse é o núcleo de todo o seu ensinamento, de todo o seu compromisso pastoral. Somente se estamos enamorados pelo Senhor seremos capazes de levar os homens a Deus e apresentá-los a Seu amor misericordioso, e, assim, apresentar o mundo à misericórdia de Deus.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vocação: Família

Ser casal é demonstrar todo o fascínio e também toda dificuldade, ligados à realidade da soma que o casal resulta: um + um = a três. Ou seja, ao mesmo tempo, na sua dinâmica, duas individualidades e uma conjugalidade. Como ser um sendo dois? Como ser dois sendo um?

Seja pela velocidade das informações, do avanço da tecnologia e da pressão advinda da modernização, algo é invariável: pessoas sempre serão pessoas, com suas individualidades e características próprias. Neste cenário, algo que se torna latente é a capacidade com que desejamos que nossas relações sejam “fast”, “rápidas”. E nessa corrida, pouco paramos para pensar, muito menos para avaliar o outro num relacionamento. Já reparou como é muito mais fácil desistir da pessoa e partir para outra do que parar, refletir, conversar, buscar uma nova forma de ser? É é isso mesmo... Parece que vamos “trocando de casal” assim como trocamos de carro ou computador. Mas, onde ficam os valores pertencentes à família?

O grande erro é pensar que um relacionamento sobrevive de paixão, e isso é uma ilusão.

Existem casamentos que ocorrem rapidamente, como no tal “amor à primeira vista”. Particularmente, ainda sou favorável a um processo de conhecer, aproximar-se, vivenciar as famílias um do outro. Conhecer o outro é conhecer também sua história: a educação recebida, a trajetória espiritual e humana, alguns eventos ou situações que possam condicionar seu futuro, experiências positivas e negativas que sejam contribuintes ou não no processo de formação (afinal de contas, eu não caso apenas com a pessoa, mas viverei também a influência familiar advinda com ela).

Lembre-se do quanto é valioso pensar naquilo que aceitamos com relação às diferenças um do outro. Alguns casais vivem diferenças nas crenças, mas conseguem administrá-las de forma muito tranquila. Outros, por sua vez, nem conseguem se imaginar casando numa religião diferente da sua. Mas e as divergências? Claro que elas sempre existirão em nossas vidas, mas o diferencial é a forma como as trataremos. Muitos casais encontram alegria quando tudo vai bem financeiramente; mas, na primeira dificuldade, iniciam-se os problemas, ou seja, de nada adiantou. Devemos ter clareza de que as pessoas não mudam com facilidade; quanto mais idade nós temos, tanto mais fixados interiormente estarão nossos conteúdos pessoais, nossas crenças, e com isso, mais dificuldade teremos para deixar um vício, fazer algo diferente, ver as coisas de outra forma.

Vivenciar um casamento dos pais que tenha sido conturbado não quer dizer que viveremos assim nossa vida pessoal de casados; muitas vezes, temos este padrão errado de pensar ou negamos a possibilidade do casamento motivados por essa questão. O mais importante nestes casos é discernir que eu não sou meu pai nem minha mãe e que posso construir uma história diferente daquela construída por eles.

Namorar, o início e a base de tudo: a fase do namoro é um dos passos mais importantes para a continuidade ou não de um relacionamento. É claro que não afirmo aqui com isso que namorar é garantia de um casamento eterno, mas, certamente, o processo de conhecimento do casal. Os tempos de cada fase de conhecimento existem. Portanto, tudo aquilo que é relâmpago pode apenas prejudicar as pessoas.

Quero dizer que casamento é vocação, dedicação mútua, é um ato de amor e tudo aquilo que a palavra "amor" engloba. Portanto, perceba se você que deseja se casar está aberto a todas as faces que o casamento requer de uma pessoa. Assim como uma vocação profissional, a vocação pelo estado de vida, seja ele o matrimônio, o celibato, a vida religiosa em suas várias dimensões, deve ser pautada nos valores que aquele modelo de vida possui e não apenas nos ideais ou sonhos que eu plantei em minha forma de ver o mundo. A partir da realidade com o cenário das aspirações pessoais de cada um é possível aproximar-se de uma forma mais realista do rumo que desejo para minha vida.

Que na busca pela vocação do ser família possamos vivenciar a família que promove a saúde e o crescimento emocional saudável dos seus membros, que possamos viver alegrias e dificuldades com sabedoria e maturidade favorecendo uma sociedade também mais saudável.

Elaine Ribeiro, colaboradora da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia Clínica e Pós-Graduada em Gestão de Pessoas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vocação Sacerdotal, um Chamado de Deus

Eu considero que a primeira reflexão deve ser sobre o caráter estritamente sobrenatural do chamado de Deus: foi Ele quem tomou a iniciativa sobre o novo rumo que as vidas dos vocacionados tomarão. Porque não são os vocacionados que escolheram a Cristo, mas sim foi Cristo quem, de uma maneira especial, escolheu-os para que vão por todo o mundo e levem frutos de santificação e de autêntica vivência cristã, e para que todos os frutos permaneçam como um sinal clarividente da intervenção divina (Cf. Jo 15,16).

A vocação sacerdotal e consagrada se apresenta por isso como uma eleição providente de Deus, profundamente gratuita, imprevista e desproporcionada a nossos cálculos e possibilidades humanas.

A vocação sacerdotal é o maior presente que Deus pode depositar nas almas. Do mesmo modo que chamou Pedro, são Tiago, João... e foi-lhes dizendo: 'Vem e segue-me', um dia Cristo fixou seu olhar em um jovem e disse: 'N., N.,N.,... vem, que eu te farei pescador de homens'. Ninguém respondeu ao sacerdócio por ação humana, mas porque o próprio Cristo no interior de suas almas pronunciou seu nome e os convidou a segui-lo. É um convite a grandes coisas: o que é melhor que ser embaixador do próprio Deus?

Cristo tem necessidade de cada um dos sacerdotes, como teve de Pedro, de São Tiago e de São João. Os sacerdotes são as mãos, os pés, os olhos, a mente, o coração de Jesus Cristo; são os canais e os meios pelos quais Ele vai comunicar-se à humanidade.

Que honra! Que doce o peso que Ele coloca sobre ombros de cada sacerdote: é o peso imponderável da Redenção, na qual se contém a felicidade pessoal e eterna de cada homem.

Chamado que respeita a Liberdade

Deus respeita em sua integridade o homem e quando chama uma alma a seu serviço, em seu solene poder, nem a violenta, nem a intoxica, mas, com a paciência e amor que em sua revelação podemos contemplar em Jesus, deixa-a quase andar à deriva ou ao sabor das circunstâncias normais que trazem consigo esses processos e situações, e que em seus altos e baixos mal controlados poderiam inclusive determinar a decisão fundamental da alma e comprometer seu desígnio.

Há muitos jovens que Deus nosso Senhor preparou amorosamente desde toda a eternidade para que sejam sacerdotes; há muitos jovens que Deus chamou para serem sacerdotes; mas nem todos correspondem ao chamado de Deus, porque o chamado de Deus não implica o esmagamento da liberdade da pessoa humana; Deus sempre deixa a liberdade de seguí-lo ou não segui-lo. Cada jovem chamado ao sacerdócio é livre, absolutamente livre; cada um deles pode responder a Deus: sim ou não.

Chamado que exige uma resposta pessoal

Deus chama a cada jovem ao sacerdócio para que ele responda; chama a cada um, como pessoa. E a resposta a Deus é uma resposta pessoal. Nunca posso me escusar na falta de generosidade dos outros para justificar minhas atitudes. No caso de que os demais não viverem o cristianismo, de não se entregaram com entusiasmo ao trabalho apostólico, eu não tenho nenhum motivo para ficar atrás... Já dizia a Bíblia: 'Ainda que caiam dez mil à tua direita e dez mil à tua esquerda, tu segue adiante'.

Chamado que implica Santidade

A missão de cada sacerdote é clara e precisa: a santidade urgente! Temos por vocação que nos esforçar para adquirir a consciência de que hoje e amanhã ensinaremos nossos irmãos como ser santos. Alter Christus (Outro Cristo): glorificador do Pai e salvador de almas.

Pe. Alexandre Paciolli, LC

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bento XVI explica o significado do martírio

Catequese de Bento XVI sobre o martírio

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

hoje, na Liturgia, recordamos
Santa Clara de Assis, fundadora das Clarissas, luminosa figura da qual falarei em uma das próximas Catequeses. Mas, nesta semana – como já havia indicado no Angelus do último domingo –, fazemos memória também de alguns Santos mártires, tanto dos primeiros séculos da Igreja, como São Lourenço, Diácono; São Ponciano, Papa, e São Hipólito, Sacerdote, quanto de épocas mais próximas da nossa, como Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), patrona da Europa, e São Maximiliano Maria Kolbe. Desejo, a seguir, ater-me brevemente sobre o martírio, forma de amor total a Deus.

Onde se baseia o martírio?

A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre o seu sacrifício supremo de amor, consumado sobre a Cruz, a fim de que pudéssemos ter a vida (cf. Jo 10, 10). Cristo é o servo sofredor de que fala o profeta Isaías (cf. Is 52, 13-15), que doou a si mesmo em resgate de muitos (cf. Mt 20, 28). Ele exorta os seus discípulos, a cada um de nós, a tomar todo o dia a sua cruz e a segui-lo na via do amor total a Deus Pai e à humanidade: "quem não toma a sua cruz e não me segue – nos diz –, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á" (Mt 10,38-39).

É a lógica do grão de trigo que morre para germinar e dar vida
(cf. Jo 12, 24). O próprio Jesus "é o grão de trigo vindo de Deus, o divino grão de trigo, que caiu na terra, que se deixou quebrar, romper pela morte e, exatamente através disso, se abre e pode dar frutos na vastidão do mundo" (Bento XVI, Visita à Igreja Luterana de Roma, 14 de março de 2010). O mártir segue o Senhor até o fim, aceitando livremente morrer pela salvação do mundo, em uma prova suprema de fé e de amor (cf. Lumen Gentium, 42).

Ainda uma outra vez, de onde nasce a força para encarar o martírio?

Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não são o resultado de um esforço humano, mas resposta a uma iniciativa e a um chamado de Deus, são um dom da Sua graça, que capacita para oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja e, assim, ao mundo
. Se lemos as vidas dos mártires, ficamos estupefatos pela serenidade e a coragem com que encararam o sofrimento e a morte: o poder de Deus manifesta-se plenamente na debilidade, na pobreza de quem se confia a Ele e deposita somente n'Ele a própria esperança (cf. 2Cor 12, 9).

Mas
é importante sublinhar que a graça de Deus não suprime ou sufoca a liberdade de quem encara o martírio, mas, ao contrário, a enriquece e a exalta: o mártir é uma pessoa sumamente livre, livre nos confrontos do poder, do mundo; uma pessoa livre, que em um único ato definitivo doa a Deus toda a sua vida, e em um supremo ato de fé, de esperança e de caridade se abandona nas mãos do seu Criador e redentor; sacrifica a própria vida para ser associado de modo total ao Sacrifício de Cristo sobre a Cruz. Em uma palavra, o martírio é um grande ato de amor em resposta ao imenso amor de Deus.

Queridos irmãos e irmãs,
como dizia na quarta-feira passada, provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós é excluído do chamado divino à santidade, a viver em alta medida a existência cristã, e isso implica tomar a cruz de cada dia sobre si. Todos, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, devemos assumir como primeiro e fundamental compromisso aquele de crescer todo dia em um amor maior a Deus e aos irmãos, para transformar a nossa vida e transformar assim também o nosso mundo.

Por intercessão dos Santos e dos mártires, peçamos ao Senhor que inflame o nosso coração para sermos capazes de amar como Ele amou a cada um de nós.