sábado, 26 de setembro de 2009

Como se deu a revelação de Deus ao homem?

A revelação de Deus para o homem, levou centenas de anos. Séculos. Não foi de uma hora para outra. Deus foi e tem sido paciente com o homem. Ele nos criou. Ele sabe como somos. Sabe que se Ele se revelasse por inteiro nós não aguentaríamos. Somos limitados. Somos humanos. Foi se revelando e revelando as suas verdades com extrema delicadeza. Depois do pecado, o homem precisou reacosturmar-se com a presença de Deus. Repito aqui a frase do grande Santo Irineu de Lyon – Santo do primeiro século.

“O Verbo de Deus habitou no homem e fez-se Filho do homem para acostumar o homem a apreender a Deus e acostumar Deus a habitar no homem, segundo o beneplácito do Pai ”
(Santo Irineu de Lyon – Séc I)

Deus primeiramente quis que o homem se acostumasse com Ele. Falou a Noé. E Noé falou ao povo. Veio a arca. Veio a primeira aliança, que é simbolizada pelo Arco Íris. Falou com Abrão (que depois viria a se chamar Abraão). Assim Deus formou um povo. Precisou retira-los da terra a qual estava acostumado. Abrão saiu de Ur, para viver um novo. Deus amou profundamente esse povo desde todo sempre. Deus os abençoou, falou com eles, os corrigiu quando necessário. Permitiu que eles experimentassem a escravidão para que percebessem no dia a dia o que o pecado faz com nossas almas. Mas Deus nunca os abandonou. Perdoou os seus pecados, suas blasfêmias, os libertou das garras dos seus inimigos. Permitiu que esse povo saísse da escravidão. Deu-lhes uma terra, a terra prometida. Falou com Moisés. Falou com os profetas. Deus trouxe-lhes regras, leis, ensinamentos. Mostrou como aquele povo deveria viver. Isso levou tempo. Porém Deus ainda queria mais.

Com o tempo, Deus quis revelar seu Filho.

Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
(Jo 3,16)

No momento em que Deus achou apropriado, Ele nos revelou a segunda pessoa da Santíssima Trindade. E mais do que revelar, deu-nos seu Filho, para que ele pudesse nos redimir de todo o pecado. Esse Filho já fora anunciado pelos profetas. E agora se fez real. Jesus é a verdadeira e mais forte expressão do amor de Deus por nós. A Revelação de Cristo ao mundo, foi o acontecimento mais importante da história. Hoje Jesus Cristo é (e sempre será), o nome mais falado e mais respeitado da história. Jesus Cristo é (e sempre será) o maior líder da história da humanidade. Mas isso não é a toa. Isso acontece, porque Jesus Cristo, é de fato o do Deus Vivo.

Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas.
(Hb 1,1-2)

Inaugura-se ai uma nova etapa da revelação Divina. Agora o próprio Cristo que se fez homem, passou a nos ensinar toda a verdade. Deus quis que o próprio Filho nos ensinasse as coisas do céu. E Ele nos ensinou sim. Sobre isso São João da Cruz ensina:

Porque em dar-nos, como nos deu, seu Filho, que é sua Palavra única (e outra não há), tudo nos falou de uma só vez nessa única Palavra, e nada mais tem a falar, (…) pois o que antes falava por partes aos profetas agora nos revelou inteiramente, dando-nos o Tudo que é seu Filho. Se atualmente, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, pedindo-lhe alguma visão ou revelação, não só cairia numa insensatez, mas ofenderia muito a Deus por não dirigir os olhares unicamente para Cristo sem querer outra coisa ou novidade alguma.
(São João da Cruz – Séc XVI)

A Igreja nos ensina, que aquilo que Deus ainda não havia revelado ao homem, foi revelado em Cristo Jesus. Esse Cristo nos revelou toda a verdade. E tudo é tudo! Não existe mais nada a ser revelado. Hoje existe um movimento de relativizar a verdade. Como se pudesse existir diversas verdades. Mas isso não existe. A verdade é uma só e tem nome: Jesus Cristo.

"A Economia cristã, portanto, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo”.(Dei Verbum)

Por isso para nós cristãos cremos e professamos que Jesus Cristo, a palavra definitiva do Pai trouxe-nos a verdade e estabeleceu a sua aliança para sempre. Sabe irmãos, a Igreja se preocupa muito com essa história de revelações inclusive dentro da própria Igreja. Qualquer revelação que contradiga as escrituras não ensina a verdade. Lembre-se sempre disso: Toda a verdade foi revelada em Jesus

Fonte: http://blog.cancaonova.com/dominusvobiscum/2008/09/21/como-se-deu-a-revelacao-de-deus-aos-homens/

domingo, 20 de setembro de 2009

Bíblia Católica x Bíblia Protestante

São várias as traduções de Bíblia disponíveis para nós hoje em dia. Segundo comunicado da União das Sociedades Bíblicas, divulgado pela Rádio Vaticano, são 451 línguas para as quais a Bíblia foi traduzida integralmente, enquanto aquelas para as quais foi traduzida em parte são 2.479. Isso confirma a Sagrada Escritura como o livro mais traduzido no mundo e assim 95% da população mundial têm hoje condições de a ler em uma língua conhecida. No Brasil, por exemplo, são muitas as traduções da Bíblia que temos à disposição.

Citamos algumas das traduções católicas, mas queremos chamar a atenção para as de orientação protestante, que são das mais variadas denominações. Quem nunca ganhou uma Bíblia ou um Novo Testamento de orientação protestante? É comum encontrar católicos que ganham esse material de presente e acabam por fazer uso dele. Essa observação é importante porque muitos católicos acabam fazendo uso delas [Bíblias protestantes], inclusive sem saber, ou sem a informação do porquê devem fazer uso de uma Bíblia Católica. Nesse momento você pode se perguntar: e qual problema em usar uma Bíblia protestante se tudo é Bíblia?

Basicamente por dois motivos:

Primeiro, porque para o protestantismo os livros: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16 e Daniel 3,24-20; 13-14 não fazem parte da Bíblia. Por isso, as Bíblias protestantes, para nós católicos, estão incompletas em comparação com as nossas traduções.

O segundo motivo é que, sendo de orientação protestante, essas Bíblias trarão as informações extras, como introduções aos livros bíblicos e notas de rodapé, dicionários bíblicos… entre outros possíveis comentários, orientados pela sua própria doutrina, que é diferente da doutrina católica. E essas informações são muito importantes para o entendimento do texto; e se estas forem de orientação protestante, elas estarão de acordo com a doutrina protestante e não com a católica.

Esse conselho para que o católico faça uso de uma Bíblia católica não se trata de preconceito quanto ao protestantismo. Trata-se mais de uma coerência com a fé professada. Um católico ao usar uma Bíblia protestante pode misturar conteúdos, interpretações causando confusões para si mesmo e para os outros, uma vez que a maneira de entender as Sagradas Escrituras e de construir a doutrina é diferente entre católicos e protestantes. Por isso também sempre aconselho a um protestante a fazer uso de uma Bíblia que vá de acordo com a sua profissão de fé, para evitar as mesmas confusões.

E como vou saber se a Bíblia que eu uso é de orientação católica? Para isso, basta conferir se sua Bíblia possui o imprimatur, que em geral, vem em uma das primeiras páginas da Bíblia e trata-se de uma autorização de um bispo com sua assinatura ou da própria CNBB – uma aprovação eclesiástica permitindo aquela impressão/tradução e afirmando que ela está de acordo com o que corresponde a uma Bíblia da Igreja Católica Apostólica Romana. Dessa maneira, além da garantia de todos os livros do Cânon Católico, você poderá ficar seguro quanto às demais informações trazidas pela sua Bíblia, de que elas estão dispostas conforme a doutrina por nós professada.

Mas o que fazer com a Bíblia protestante que ganhei? Dê de presente para um protestante. Dessa forma, além de evitarmos confusões quanto ao uso desses livros sagrados e consequentemente de doutrinas diferentes, ao trocarmos esses presentes fortalecemos nossa amizade e os laços cristãos que nos unem.

Que Deus nos abençoe!

Fonte: http://blog.bibliacatolica.com.br/tag/formacao/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Imagina...

Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular?
E se sempre carregássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa?
E se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia?
E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório…?
E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos?
E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela?
E se a déssemos de presente às crianças?
E se a usássemos quando viajamos?
E se lançássemos mão dela em caso de emergência?
Mais uma coisa:
Ao contrário do celular, a Bíblia não fica sem sinal. Ela ‘pega’ em qualquer lugar.
Não é preciso se preocupar com a falta de crédito porque Jesus já pagou a conta e os créditos não têm fim.
E o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda a vida.


Fiquem com Deus!

sábado, 5 de setembro de 2009

Setembro - Mês da Bíblia

Dentro dos temas propostos pela Mãe Igreja à nossa consideração, o mês de setembro é o mês da Bíblia. Não que devamos ler a Sagrada Escritura somente neste mês. Para tomarmos consciência mais aflorada da importância da leitura e da vivência da Palavra de Deus que é segundo o cântico tão caro a nós: "Lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos", somos convidados a uma reflexão mais específica nestes dias que se seguem.

Do ponto de vista institucional, setembro é colocado como o mês da Bíblia em homenagem a São Jerônimo, cuja festa se comemora em 30 de setembro. Todos sabem que São Jerônimo foi um grande apaixonado pelas Sagradas Escrituras e foi o responsável pela sua tradução para o latim, chamada VULGATA. Grande tradutor e exegeta da Bíblia, São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja, nasceu na Dalmácia em 340, e mereceu ser conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor, como ninguém nas sagradas escrituras. Entendia que "Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus; portanto, ignorar as escrituras é ignorar a Cristo". Com posse da parte recebida em herança dos pais, realizou sua vocação de amante dos estudos em Roma, e assim conheceu Jesus e recebeu do Santo Padre Libério o Batismo, que o levou a formar uma pequena comunidade religiosa, inclinado pela radicalidade. Viveu uma forte experiência monacal e, logo em seguida, dirigiu-se a Constantinopla, atraído pela fama oratória de São Gregório. São Jerônimo foi ordenado sacerdote e, feito monge, retirou-se para estudos, a fim de responder com a literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, a pedido do Santo Padre Dâmaso, traduziu com precisão os textos inspirados. Saiu de Roma e, como monge penitente e estudioso, continuou seus trabalhos bíblicos, até falecer em 420, aos 30 de setembro, com praticamente 80 anos. A Santa Igreja, Mãe e Mestra, declarou São Jerônimo padroeiro dos estudos bíblicos, e o Dia da Bíblia foi fixado em 30 de setembro, dia de sua morte e posse da promessa bíblica da Vida Eterna.

Nas Sagradas Escrituras, Deus se nos revela através de palavras e de acontecimentos intimamente entrelaçados, de tal sorte que as obras ajudam a manifestar e confirmar os ensinamentos e realidades significadas pelas palavras; e estas, por sua vez, proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido. Deus se serve de autores humanos, por Ele inspirados e de linguagem humana, e até dos gêneros literários usados em cada época, para nos manifestar a sua verdade. É o que São João Crisóstomo chamou de "Divina Condescendência". Deus desce até nós e fica perto de nós.

A Sagrada Escritura é viva e eficaz. Celebrar o Mês da Bíblia há de nos ajudar a nos familiarizarmos sempre mais com o texto sagrado, não só pela leitura que deles se faz na liturgia, mas em nossas leituras e meditações pessoais ou nos círculos bíblicos e grupos de reflexão que hoje fazem crescer tanto a Igreja, alimentada com a Palavra de Deus. Desta forma, é atual que o espírito de Deus não só inspirou os autores sagrados para que escrevessem os livros, mas continua de algum modo misterioso a inspirar a Igreja e os fiéis, quando lemos esses livros.

Não se lê a Sagrada Escritura apenas por uma curiosidade científica ou para deleite estético. É um falar com Deus. Lembramo-nos de que assim se estabelece colóquio entre Deus e o homem, uma vez que "a Ele falamos quando rezamos e a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos" (Santo Ambrósio).

Na alegria, no serviço alegre e doce, queremos iluminar nossa vida pela Sagrada Escritura e, com Jesus, numa conversão profunda, procurar sempre pela Palavra anunciada, refletia e vivida, viver com exuberância os sentimentos do Senhor Jesus.

Boa Leitura!

Padre Wagner Augusto Portugal


Fonte: www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=314266